terça-feira, janeiro 08, 2013

Sardanica

Este Algar, o da Sardanica, tem uma entrada invejável, de dimensões fartas e acesso fácil e quando soube que era este o alvo da minha ultima saída do ano de 2012, fiquei com a sensação imediata que iria acabar o ano com um recorde.
O grupo que desceu incluía o António Afonso (que equipou), o Nuno e a Beatriz.
António Afonso a equipar a entrada. Os sombras esperam.
A entrada no algar é das mais suaves que já fiz. Nada de apertos e de equilibrismos, apenas uma aproximação fácil, que dá para um poço de 56m e que não se desce completamente, já que o acesso ao segundo poço se faz numa plataforma sensivelmente perto dos 45m.
As duas topografias que possuímos têm alguns anos entre ambas. A primeira publicado em Thomas (1985) e a segunda na edição nº118 da Spéléoc .


O Algar devia ser de equipagem fácil. Afinal, trata-se de uma clássica, bem conhecida (?) e em que os locais de amarração seriam fáceis de reutilizar.  Mas o facto é que a utilização de spits oxidáveis dá cabo daquilo tudo. A maioria estava intragável pelo que foram em alguns locais colocados spits/pernes inox novos (sempre que se tornou impossível utilizar os antigos).
Seja como for, quer a descida quer a subida revelou-se fácil e o cafezinho no fundo do algar serviu para comemorar o meu primeiro -100 (ou lá muito perto) pelo que fica aqui a foto que marca a ocasião.



A ficha da equipagem executada é a seguinte (a nomenclatura é a utilizada em CEAE 2012. Algar-dos-carvalhos-ficha-de-cadastro)
Entrada: PB 10 para corrimão de acesso, corda de 60m;
Zona: Poço Superior (56m)
P30: CP, 1 tige + 1S em Y; Um desviador colocado numa tige no lado oposto da boca do algar permite evitar roçamentos.
P15: CP, 2S em Y  (a -30m aproximadamente, na parede lateral da base de uma rampa no P56).
CM4: CP, 1PB (na plataforma a -45m)
P6: 2PB 8mm em Y

Zona: Poço Inferior (52m, descida efectuada através da galeria lateral)
CM3: CP, 1PB 8mm + 1 S
P52: C60, 2S em Y


sexta-feira, dezembro 28, 2012

Do subsolo para o espaço ...

... nunca olhei para as minhas aventuras no subsolo, em grutas e algares, como um caminho para chegar ao espaço. Mas isto é porque sou curto de vistas.

Mas há quem não o seja e é isso que faz mover o mundo. Júlio Verne levou-nos através da imaginação a esses dois extremos e é muito reconfortante saber que existem pessoas que não perdem essa visão.

Ouçam ...





sexta-feira, novembro 23, 2012

Move

Agora que o GEM fez um belo Congresso de Fotografia Técnica em Gruta, o que para aí anda mais nas grutas é tripés e sacos cheios de material fotográfico ... e flashes, muitos flashes, muita luz.

E de facto estão a sair dali muitas e boas imagens que serão objecto de uma exposição final no dia 15 de Dezembro em ... vejam bem o meu destino ... Monsanto, Lisboa, mais precisamente no espaço onde passei mais de uma boa dezena de anos (bons) da minha vida.

No entanto existe algo que não gosto. São aquelas imagens paradas de espeleólogos em sentido, com as luzes escondidas, invariavelmente de costas, mas que me parecem ilógicas e estranhas.

Por isso numa das ultimas saídas, no decurso de uma visita ao Algar do Pena, decidi ser também figurante nas fotos da Marta. É caso para dizer, obrigado Marta pela paciência.

As primeiras são deste tipo. a meu pedido. Queria aparecer iluminado com toda aquela superfície negra, que não é mais do que o magnífico volume que o algar possui. Fiquei bem na foto, mas ...


É isto que gosto


A Marta talvez ache que lhe estraguei a fotografia, mas gosto de ver o movimento da luz. É claro que aqui foi completamente descontrolado mas com maior controlo de movimento talvez resultem fotos mais dinâmicas.

As fotos são da Marta Borges e eu sou o magnífico modelo. A gruta é o Algar do Pena na Serra d e Aires e Candeeiros.

sexta-feira, novembro 16, 2012

Para quem gosta de morcegos

Ou para quem se interessa pelo que eles representam em termos de conservação da Natureza e do ambiente espeleológico, o Espeleobloc publica hoje um artigo muito interessante sobre a fauna de quirópteros em Itália, incluindo um link para uma publicação, que inclui esta chave de identificação. Gostava de perceber se existe algo assim para os morcegos da nossa fauna, que nos ajudasse a identificá-los melhor.



Parece-me também útil relembrar que o Trogle Nº3 (Maio 2001) tem um artigo que contém a descrição das espécies portuguesas. Esta revista está disponível para download no site da AESDA. O Trogle é a publicação da Associação de Estudos Subterrâneos e Defesa do Ambiente, que apesar das vicissitudes vai sendo publicada de uma forma mais ou menos "regular" com os recursos disponíveis. Aos cinco números existentes deverá juntar-se um sexto muito brevemente.